É importante para eles que não se saiba, que não se oiça, que não se veja. É a forma de nos convencer que estamos sozinhos, que somos só nós os descontentes, os recalcitrantes, as mafaldinhas. Sózinhos nos nossos buracos somos alvos fáceis para a ideologia dominante. É por isso que as greves nas prisões dos EUA não dão nos telecaneiros, o motin de nova iorque não existiu para os jornaleiros e a onda de greves que assola a França não passa nos media corporativos. É importante para nós mostrar as lutas, as greves, mostrar que afinal somos muitos, muitos milhões de mafaldinhas recalcitrantes por esse mundo fora. @Referência.
Ferroviários franceses mantêm greves contra reforma no sector
(AbrilAbril, 2018/04/18)
Os trabalhadores do sector ferroviário francês cumprem, esta quarta-feira, uma jornada de greve contra a reforma que o governo de Macron quer impor no sector, visando a «destruição do serviço público»
A vaga de greves teve início nos dias 3 e 4 deste mês, paralisando as ligações ferroviárias, tanto nas linhas de alta velocidade, onde circulou um só comboio em cada sete, como nas linhas regionais, com um só comboio em cada cinco.
Hoje, a administração da Sociedade Nacional de Caminhos-de-Ferro (SNCF) disse que estavam a funcionar um de cada três comboios nas linhas de alta velocidade e dois em cada cinco nas linhas regionais, enquanto nos serviços internacionais estarão a circular 75% das composições.
A fazer fé nos dados da administração, divulgados pela Reuters, trata-se de um nível de interrupção dos serviços ferroviários ligeiramente inferior ao registado na greve de 3 de Abril, mas que tem um impacto importante numa rede que serve diariamente cerca de 4,5 milhões de utentes.
Múltiplas paralisações até ao final de Junho
As paralisações intercaladas (dois dias em cada cinco) são convocadas pelas organizações sindicais CGT, Unsa e CFDT, estando previstas 36 jornadas de greve até ao final de Junho. Já o sindicato SUD-Rail mantém uma greve por tempo indeterminado, renovada a cada 24 horas em plenários de trabalhadores.
No seu conjunto, os quatro sindicatos estão a fazer frente à maior reforma no sector desde a nacionalização dos caminhos-de-ferro, em 1937, e que se inclui num pacote mais amplo de reformas económicas, sociais e laborais de teor neoliberal que o presidente francês, Emmanuel Macron, pretende impor até 2022.
Defesa do serviço público
Numa jornada de luta anterior, o secretário-geral da CGT, Philippe Martinez, sublinhou que a reforma da Sociedade Nacional de Caminhos-de-Ferro, que os trabalhadores repudiam, «visa destruir o serviço público ferroviário» e entregar o sector aos operadores privados. Pelo meio, procura-se ainda destruir os direitos conquistados pelos trabalhadores ferroviários ao longo de anos.
Reforma votada na Assembleia Nacional
Numa primeira votação do projecto de reforma ferroviária, ontem realizada na Assembleia Nacional, a grande maioria dos deputados (454) votou a favor dos planos de Macron.
Registaram-se 29 abstenções e 80 votos contra – dos deputados do Partido Socialista, dos comunistas e do movimento França Insubmissa, segundo refere o portal europe1.fr.
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