2018/12/09

Privado É Qu'é Bom (2)

CIMPOR – Um Crime
(Dieter Dellinger, 08/11/2018)

O jornalista especializado em economia da Antena 1 disse que a privatização total da Cimpor em 2012 feita sob a direcção da então secretária de Estado Maria Luís Albuquerque foi um crime contra a Nação e que a drª Albuquerque disse que era o melhor possível para o País.

Isto, a propósito da venda dos activos em Portugal ao fundo de pensões turco OYAK, sob controlo estatal, pelos brasileiros a quem a Maria Luís alienou esse bem pátrio para sempre. É pois um activo estratégico português vendido ao terceiro mundo e a empresas dependentes de estados estrangeiros geralmente não democráticos. Os turcos tal como os chineses nem deviam saber que existe um país de nome Portugal e nada sabem sobre o nosso sistema democrático. O tradutor jurídico da embaixada da China até traduziu os termos “pena suspensa” por morte por enforcamento.



A Cimpor foi a maior empresa que alguma vez existiu em Portugal e, como tal, também na altura a única multinacional portuguesa com fábricas e centrais de betão em Portugal, Espanha, Marrocos, Tunísia, Turquia, Índia, China, Perú, Brasil, Argentina e Paraguai., Angola e Moçambique.

Na altura a Cimpor estava parcialmente privatizada, mas um parte do capital estava nas mãos da CGD como proprietária ou detentora de penhor em acções por parte da Investifino. Também o Fundo de Pensões do BCP possuía uma parte do capital da Cimpor e muitos pequenos accionistas.

Foi pois um CRIME praticado pelo Governo do PSD/CDS sem que o Estado tivesse angariado uma verba apreciável que foi mantida em segredo.

Provavelmente por razões criminosas, Passos e Portas forçaram a CGD a vender a sua parte no capital da gigantesca Cimpor por quase nada, já que houve apenas uma única Oferta Pública de Aquisição sem que Gaspar ou Albuquerque se tivessem esforçado para saber se havia mais concorrentes à compra e se valia a pena em termos financeiros e contabilísticos.

Os activos estrangeiros eram de grande valor no capital da Cimpor . Geralmente sempre que há uma OPA, os accionistas não aceitam à primeira, recusam uma e várias vezes até se atingir um valor por acção tido como aceitável.

No caso da PT no Brasil, os magistrados viram corrupção nas recusas de venda de parte da PT, na empresa brasileira de telefones, aos espanhóis até se atingir um valor tão alto que era tido como irrecusável.. Claro, os magistrados não são gestores e nem devem ler jornais económicos.

Muitas das dívidas da Cimpor poderiam ser pagas com a venda de alguns dos seus ativos no estrangeiro que nem 10% do total ultrapassariam.

Nunca o Ministério Público resolveu investigar se não houve corrupção nas vendas ao desbarato feitas pelo governo de Passos/Portas/Cristas, tanto para a Cimpor como para as muitas empresas estratégicas nacionais alienadas por quase nada e que contribuíram para a queda das receitas da CGD e do Estado português. Quem teve e tem do seu lado procuradores e juízes, eventualmente corruptos nas suas diversas modalidades ou apenas estúpidos, pode roubar à vontade.

Não é anunciado qualquer valor para a operação. De acordo com a Reuters, a operação resultará num encaixe de 700 milhões de euros para o grupo vendedor.

Cimpor foi comprada em 2012 pela InterCement. A InterCement, que pertence ao grupo Camargo Corrêa, passou a controlar a Cimpor em 2012, quando lançou uma oferta pública de aquisição sobre a cimenteira portuguesa, comprando as posições que estavam então dispersas pela Votorantim, Caixa Geral de Depósitos, o fundo de pensões do BCP e a Investifino, do empresário Manuel Fino e por pequenos investidores.

Em Portugal, a Cimpor conta actualmente com três fábricas, duas moagens e uma capacidade de produção de 9,1 milhões de toneladas de cimento.

O volume de negócios da Cimpor em Portugal foi de 258 milhões de euros em 2017, um crescimento de 3,1% em relação ao ano anterior. Em Cabo Verde, que integra a mesma unidade de negócios, o volume criado foi de 30 milhões, uma quebra homóloga de 7,6%.

A unidade de negócio que junta os dois mercados – que é aquela que foi vendida – gerou um resultado operacional (EBITDA – resultados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de 47,4 milhões de euros, o que significou um crescimento de 27,7% em relação a 2016.

Não esquecer que o PSD lutou contra a queima de resíduos petrolíferos na Cimpor , quando o seu material de queima foi sempre uma espécie de pesado que é o que fica nas refinarias depois do brent ser refinado para a produção de gasolina, gasóleo e lubrificantes, tornando a Cimpor menos válida.

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