2016/12/28

What if ...

Alfredo Maia aborda hoje no Abril Abril três casos de enviesamento informativo ainda presentes nas memórias recentes de todos nós. Fá-lo de forma objectiva, distanciada, ponderada. Fá-lo como os meios de comunicação social ao serviço da ideologia dominante não fazem quando dão tempo de antena ao golpista brasileiro. Um golpista mergulhado aos olhos de toda a gente numa entourage completamente corrupta. Descreve três casos de manipulação informativa como as televisões não fazem quando choram de dor a libertação de Alepo pelas tropas do legitimo governo sirio e dos seus aliados. Fá-lo chamando a atenção para a forma como as televisões escondem da opinião pública os movimentos de massas que contestam o governo golpista de corruptos e marginais no poder em Brasilia.

Depois de ler o artigo fica-me na cabeça a interrogação: o que é que eu sei sobre "os maus" da fita que não tenha origem nas mesmas agências de informação que me vendem os terroristas maus em França como bons em Alepo? O que é que eu sei de mau sobre a Dilma e o Maduro e o Assad que não tenha vindo dos caneiros informativos? Que não tenha origem nas mesmas agências de informação que me despejavam portas adentro as ondas de contestação à Presidente brasileira democraticamente eleita e que ainda o golpe estava a decorrer já se sabia não ter nada a ver com corrupção? Mais! Além de não ter nada a ver com corrupção estava a dar força a quem investigava os corruptos que deram o golpe. O que é que eu sei sobre o Maduro além de umas anedotas sobre Natais que começam em principio de Dezembro e notas de 100 que desaparecem de circulação. Porque é que os armazéns venezuelanos estão cheios daquilo que falta nas lojas? Não sei, ninguém me diz.

Quantas mais vezes vamos deixar que nos vendam os maus como se fossem bons? Quantas mais vezes nos vamos deixar convencer a ter pena dos verdadeiros maus, dos corruptos, dos traficantes, dos assassinos? Pena?

E se, quando formos ver, no final, afinal os maus forem os outros? Outra vez!

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