2016/12/15

E se?

Os esfomeados civis de Alepo Oriental (8/12/2016)
Todos os dias engrossa o caudal dos que remam contra a corrente da intoxicação mediática. A tal ponto, que até eu me sinto obrigado a reflectir sobre o tsunami emocional a que tenho estado sujeito. A tal ponto que me vi forçado a sair do armário e a assumir-me como teorizador de conspirações.

Há duas semanas, se abordasse a guerra na Síria ou a libertação de Aleppo, ainda salvaguardaria a possibilidade de o Presidente Assad ser má pessoa, mas, algo incompreensivelmente, quanto mais a ideologia mainstream me quer vender essa ideia, menos eu acredito nela.

Será a experiência do inexistente ataque vietnamita no golfo de Tomkin? Dos massivamente ignorados massacres de sérvios às mãos dos bósnios? Das inexistentes armas de destruição maciça iraquianas? Das anunciadas primaveras árabes que todos os dias produzem insanes rastos de sangue e refugiados? Verdadeiros invernos que transformaram economias viáveis em desertos habitados por facínoras mercenários?

Já não acredito em nada do que os media me metem pela casa dentro sobre a guerra na Siria. Talvez seja tempo de começar a aceitar que os sírios resolvam os seus problemas e reconstruam o seu país, agora também um destroço em carne viva esfolado por imperialistas, wahhabitas e sionistas.

E se russos e sírios tiverem razão e "os sitiados" forem de facto bandos de mercenários estrangeiros? Terroristas que usam civis como escudos humanos? Facínoras que violam continua e repetidamente os cessar-fogo acordados para impedirem os civis de abandonar os últimos redutos fundamentalistas? Peões de um imperialismo estado-unidense que, por engano, violou um cessar fogo bombardeando e matando uma centena de soldados sírios? E se?

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