2018/07/05

Só Depende de Nós

As eleições aproximam-se a passos de gigante e, a julgar pelo comportamento do centrão-vigarão, podem chegar mais cedo do que se espera.

Tivemos 3 anos de acalmia.

A pressão da esquerda conseguiu estancar o processo terrorista de destruição acelerada do SNS, da Segurança Social, da Escola Pública, a grande maioria da população com mais fracos rendimentos conseguiu algumas melhorias, pela primeira vez em décadas.

Valeu a pena? Valeu! Como é que foi possível? Porque o PS foi forçado a dialogar com a esquerda.

No dia em que o Rio "O Esfaqueado" se alcandorou ao poder no PSD, o PS apercebeu-se que já tinha interlocutor á direita e não hesitou, voltou imediatamente ao seu tradicional comportamento: entre outras falcatruas, votou contra a reposição da contratação coletiva como pilar da negociação, acordou com o patronato a continuação da precariedade e fez tábua rasa da lei que votou, do orçamento que reconhecia o direito dos professores a verem contabilizados os 9 anos, 4 meses e 2 dias de tempo em que trabalharam sem verem progredir as suas carreiras.

Pela primeira vez desde o 25 de Abril tivemos três anos em que o centrão-vigarão ao serviço do Capital não conseguiu fazer tudo o que quis e muito bem lhe deu na gana, muito pelo contrário.

Agora é chegada a hora de começar a pensar a sério no que vamos fazer quando chegarem as eleições.

O que cada um de nós fizer a partir de hoje vai contribuir para manter e aprofundar a inflexão à esquerda destes últimos três anos ou abrir novamente a porta para a governação tachista do centrão-vigarão pela qual o PS tanto anseia. O que é que vamos fazer?

Assobiar para o ar e permitir o regresso do neoliberalismo desbragado do PSD? Não é uma alternativa. Voltar ao pão duro depois de provar brioches? Dar maiorias a um PS que acaba de demonstrar o seu alinhamento de classe: sempre, sempre ao lado do Capital? Outra vez? Já nos esquecemos das maiorias do trócaste e do Guterres?

A única alternativa é votar e convencer a votar á esquerda do PS. Eu voto comunista, nunca o escondi. Para mim, estres últimos três anos são a prova acabada de que o PCP tem razão quando afirma que só fortalecendo a presença dos comunistas na Assembleia da República será possível forçar uma política de esquerda, uma política do e com o trabalho e os trabalhadores. Mas há outras escolhas à esquerda do PS, alternativas que lhe bloqueiam as maiorias absolutas e o podem forçar a dialogar com a esquerda. Ocorrem-me em primeiro lugar os meus amigos bloquistas, mas existem outras, só depende de nós ;-)

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