2018/12/01

Proletariado e Luta de Classes no OE

Acabada de ler a crónica dominical de um social-democrata, ali ao lado, na estátua de sal, ficou-me na boca um amargo travo a touradas. Não pelo que ele escreve, mas pelo que não diz numa crónica lúcida, sucinta e, no entanto ...

... sendo o jornalismo uma mistura de capital e seres humanos, o primeiro continuará factualmente amarrado à maximização da apropriação da mais valia e, os jornalistas, sujeitos a vender a mão de obra a preço de mercado, desvalorizado pelo corpo do "lumpen-estagiárius", o que, trocado por miúdos, significa cada vez mais jornaleirismo "à là" correio da manha, escrevinhado por quase-analfabetos sobre-explorados. Até quando? Até surgir um partido comunista que consiga ver na proletarização dos jornalistas uma componente do proletariado no contemporâneo imperialismo globalizado.

... a mui-modernaça Auto Europa continua a escoar a produção com mão de obra mafiosa, escoltada por policias alugados. Maximização da apropriação-privada-da-mais-valia-socialmente-produzida oblige, o que trocado por miúdos, significa "exploração do proletariado" a quanto obrigas.

... e sim, sem dúvida, as outras mil e uma propostas aprovadas (pelo centro-esquerda pcp-be-ps) e rejeitadas (com votos contra da extrema-direita ps-psd-cds) são muito mais importantes, para as muitas faces do proletariado contemporâneo, do que os 7 pontos percentuais de desconto, mas foram esses 7 pontos percentuais de prémio, para as exibições sanguinolentas, a deixar-me esta amargura. Tudo porque porque os meus camaradas ainda não perceberam que são a vanguarda do proletariado e por onde anda hoje esse proletariado.

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